Durante o primeiro dia de negociações (08 de outubro de 2015), os
delegados e delegadas da UNASUR apresentaram suas posições e colocações ao
início da primeira sessão de debates.
Segue abaixo um pequeno resumo dos DPO’s apresentados pelos países presentes:
República Bolivariana da Venezuela: Apresenta um modelo de combate ao
narcotráfico e salientam a importância de auxiliar as populações vulneráveis
com a criação de empregos, subsídios agrícolas áreas de risco e a patrulha para
a Amazônia.
Além disso, fomenta o investimento conjunto em tecnologia, um órgão de denúncia
e intervenção conjunta, a fiscalização da venda de coca, um fundo de tratamento
de dependentes e a criação de uma instituição autônoma de fiscalização das
fronteiras.
República do Suriname: Acreditam que o problema das drogas
ultrapassa o limite das fronteiras e por isso possuem acordos bilaterais com o
objetivo de solucionar os conflitos de forma transparente e fomentar a
integração das policias. Para o país a militarização das fronteiras deve ser
consenso, já que o Suriname é rota do tráfico e aperfeiçoar o controle das
drogas nos outros Estados pode ser um meio eficaz de resolver a situação do
país. Repudiam os argumentos sem fundamento e prezam pela preservação do
direito indígena.
República Cooperativa da Guiana: O problema das drogas é global e
a América Latina está na periferia do mundo, por isso é necessário reunir-se em
blocos para resolver o problema de forma democrática, agindo nos eixos da
demanda e da produção. É também de suma importância reafirmar a cooperação
através da confiança mútua, fortalecendo instituições para ter mecanismos
sólidos e desenvolver programas de assistência para a população
fronteiriça.
Além disso, é importante melhorar os sistemas de inteligência,
integrando-os e criar políticas públicas para redução da demanda de drogas,
programas educacionais estratégicos, aumentar a inserção do Estado na
propaganda contra as drogas, intensificar a escola nacional de defesa
sul-americana e o grupo de trabalho permanente na UNASUR com o tema do narcotráfico.
República da Colômbia: O país se encontra em processo de
pacificação com os grupos guerrilheiros e é defensor da mudança das políticas
de drogas atuais. Defende acabar com a fumigação das áreas de plantação de
coca, assim como fornecer meio de subsistência aos plantadores de coca,
promovendo a inclusão social e acabando com os centros de detenção para
usuários compulsórios, criando mercados legais e regulados para a Cannabis.
Procura estreitar as relações de instituições militares e civis e o
cumprimento dos acordos estabelecidos, sem ferir as legislações de cada Estado.
Estado
Plurinacional da Bolívia: Preservar a cultura e a
história sendo condizente com as políticas internas. Rechaça o tráfico entre
fronteiras subordinados a interesses externos à América do Sul e não permite
que estes interfiram no combate e leis dentro da região.
Respeita a Patcha Mama e recomenda que os agentes
estatais se atentem a cuidar da mãe terra. Possui acordo com o Paraguai e
gostaria de estendê-lo a toda América do Sul, para uma assistência conjunta dos
Estados (logística, identificação, informação e apreensão), lutando pela
soberania dos povos e a descolonização da América Latina, dado o problema das
drogas e buscar a mudança dos padrões civilizatórios impostos a nós.
República
do Peru: Sede do grande império inca com passado de luta
pela independência e paz, se compromete com o combate ao narcotráfico,
cooperação e respeito pela soberania dos demais Estados e a fiscalização e
combate a guerrilhas internas. Também acredita na melhora econômica, política e
social para mudar as pessoas das áreas das plantações, assim como em ações
preventivas e estratégicas (escolas) e raciocínio global.
República do Chile: Preza a segurança coletiva, os direitos
humanos e a saúde dos usuários, visa combater o crime transnacional, pois
o narcotráfico não pode ser combatido isoladamente.
O país assinou diversos acordos e implementou políticas internas para
punir mais seriamente pessoas ligadas a produção e exportação e recuperar os
usuários e, por isso, prometem cobrar medidas mais severas no controle da
produção dos países que produzem coca culturalmente, com um sistema de
inteligência integrado (mapeamento).
República da
Argentina: Possui vários acordos multilaterais e bilaterais, buscando uma
política mais assertiva e colaborativa na tentativa de solucionar, combater e
reprimir o narcotráfico de forma pacífica. Propõe o estudo de caso integrado das
regiões fronteiriças de forma mais eficiente e mecanismos de controle para
rastrear as rotas do narcotráfico, além do compartilhamento de informações e tecnologia
militar reduzindo a burocracia entre os Estados.
República Federativa
do Brasil: Baseado na Constituição, o país busca fortalecer a integração dos povos
sul-americanos e, portanto, fortalecer a UNASUR com o Conselho de Defesa
voltado para os problemas de fronteira, inteligência, um sistema penal e
polícia comuns e, por fim, criar novas instituições.
República do
Paraguai: O país foi palco de uma das maiores guerras e acredita que a América do
Sul está em um estágio de superar seus traumas - como demonstra a criação da
UNASUR, diminuir as assimetrias entre os países e prover políticas de controle
de oferta e redução de demanda. Acredita que a luta contra a produção e
distribuição deve ser compartilhada, pois o narcotráfico é um problema comum ao
bloco e deve haver cooperação internacional na luta sistêmica e estrutural, com
base nos direitos humanos e saúde, defendendo uma política de inteligência
compartilhada e criação de uma escola de inteligência.
Para além, reconhece o problema das assimetrias e visa o desenvolvimento
comum, bem-estar de cada nação e tirar os entraves ideológicos da luta.
República Oriental do
Uruguai: Tem como ideal fundamental a liberdade e os princípios da carta da
UNASUR e se empenha em unir politicamente os países em políticas de defesa para
honrar a “zona de paz”, criar leis para usuários e cultivadores da Cannabis e a coloca a necessidade de
união e fiscalização das fronteiras, respeito aos direitos humanos e transparência
política e econômica. Além disso, a criação de um órgão militar único para as
fronteiras sul-americanas, a criação de agendas regionais e campanhas públicas
regionais para combate as drogas e a criação de instituições para recuperar os
dependentes.
Nota: A República do Equador esteve ausente da simulação.